Percepção da Facilidade de Uso

O indicador avalia a proporção de membros do grupo-alvo (utilizadores ou não utilizadores do produto) que pensam que o produto promovido é fácil de utilizar. Tais produtos podem, por exemplo, incluir um biodigestor doméstico, um sistema de pagamento digital ou equipamento de processamento de culturas. A medida em que as pessoas consideram que um produto é fácil de utilizar tem um impacto significativo na sua utilização e aceitação comercial.

Determinar o valor do indicador utilizando a seguinte metodologia:

1) Decidir se irá recolher os dados de pessoas que já estão a utilizar o produto (os 'utilizadores') ou de pessoas que não estão a utilizar mas que conhecem o produto (os 'não utilizadores').

A recolha de dados dos utilizadores dir-lhe-á como é fácil ou difícil para eles utilizar o produto. Tais dados podem ajudar a melhorar o serviço ao cliente, o desenvolvimento de manuais de instruções, o ajustamento das intervenções de marketing, bem como a forma de aperfeiçoar a concepção do produto.

Por outro lado, a recolha de dados dos não utilizadores pode ajudá-lo a compreender as suas percepções relativamente à facilidade de utilização do produto. Devido à sua falta de experiência com a prática, as suas percepções podem ser "incorrectas". Contudo, uma vez que as pessoas são fortemente influenciadas pelo que pensam, a compreensão destas percepções pode ajudar a melhorar a estratégia de marketing (por exemplo, concentrando-se na abordagem às concepções erradas mais comuns).

2) Realizar entrevistas individuais com uma amostra representativa dos membros do seu grupo-alvo:

   - Em primeiro lugar, avaliar se um inquirido utiliza o produto(ver orientação relevante). Se estiver a medir as percepções dos não utilizadores, avalie se eles estão conscientes do produto (apenas as pessoas que estão conscientes do produto devem ser questionadas sobre a facilidade de utilização).

   - A seguir, avaliar a percepção do inquirido sobre a facilidade ou dificuldade de utilização do produto (R1 abaixo). Além disso, recomenda-se a avaliação das razões da sua opinião (R2 abaixo). No caso dos utilizadores, recomenda-se também avaliar o que poderia facilitar a utilização do produto (R3 abaixo). 

Q1: "Na sua opinião, quão fácil ou difícil é a utilização de [especificar o produto]? Diria que é muito fácil, fácil, um pouco difícil ou muito difícil de utilizar"?

R1: muito fácil; fácil; um pouco difícil; muito difícil; não sabe.

(as seguintes perguntas não são obrigatórias, mas são altamente recomendadas; coloque-as apenas se a anterior resposta for 'um pouco difícil' ou 'muito difícil')

Q2: "Porque pensa que é difícil utilizar o produto"?

R2: fornecer respostas pré-definidas + opção 'outro - especificar: ………………’

Q3: "O que pensa que lhe facilitaria a utilização deste produto"?

R3: fornecer respostas pré-definidas + opção 'outro - especificar: ………………’

Nota:

- É muito importante que se continue a sondar: "O que mais tornaria mais fácil a utilização do produto?"; "Alguma outra coisa"?

Para calcular o valor do indicador:

  - contar o número de inquiridos que declararam que o comportamento é muito fácil ou fácil;

  - dividir este número pelo número total de inquiridos (excluindo os que não sabiam )

  - multiplicar o resultado por 100 para o converter numa percentagem

Desagregar os dados por género, categoria de riqueza, número de meses que o entrevistado utilizou o produto e outros critérios relevantes para o contexto e foco da sua intervenção.

1) Ter em consideração que a percepção de facilidade de utilização de um produto pode mudar dependendo do tempo de utilização do produto pelo entrevistado/a. Como tal, é aconselhável medir durante quanto tempo o entrevistado/a utilizou o produto e depois comparar as percepções dos grupos que utilizaram o produto durante um período de tempo semelhante.

2) A percepção da facilidade de utilização está muitas vezes correlacionada com a percepção dos grupos-alvo quanto à sua utilidade. No caso de um determinado produto não ser considerado fácil de utilizar, é possível que o grupo-alvo não o considere útil ou benéfico (por exemplo, utilizar energia solar em vez de um gerador a diesel). Considerar também investigar as percepções dos inquiridos sobre a utilidade e os benefícios que associam ao produto.

3) Considerar a formação do pessoal de vendas das empresas parceiras (por exemplo, empresas fornecedoras de tecnologia solar) sobre a utilização deste indicador. Os dados recolhidos podem proporcionar uma importante oportunidade para as empresas analisarem e ajustarem estratégias de marketing e/ou desenvolverem serviços de apoio ao cliente.

4) Considerar a realização deste inquérito com diferentes grupos-alvo antes e depois de uma empresa parceira que comercialize este produto ter feito melhorias no produto ou nos serviços ao cliente que poderiam ter levado a uma maior facilidade de utilização. Tal comparação pode oferecer uma visão útil sobre a eficácia dos ajustamentos efectuados.

5) Ao avaliar o conhecimento das pessoas sobre um produto, mostrar sempre o produto ou a sua foto para evitar qualquer mal-entendido em relação ao produto sobre o qual o inquérito está a perguntar.  

6) Ao entrevistar não-utilizadores, recomenda-se que os colectores/as expliquem ao inquirido que se ele/ela não sabe se é fácil ou difícil utilizar o produto, está perfeitamente bem se o disser. Isto reduzirá o risco de os não utilizadores dizerem algo só porque sentem que o devem dizer.