Quantidade de Emissões de Gases com Efeito de Estufa Poupadas

O indicador mede até que ponto uma intervenção contribuiu para a mitigação das alterações climáticas ao reduzir a quantidade de dióxido de carbono equivalente (CO2-eq) dentro do período indicado. Isto pode ser conseguido através da redução da utilização de combustíveis fósseis, reflorestação, melhor gestão dos resíduos orgânicos, redução da utilização de fertilizantes contendo azoto e outras medidas de alto impacto.

Um equivalente de dióxido de carbono (CO2-eq ) é uma forma de expressar todos os diferentes gases de efeito de estufa (GEE) num único número. Para qualquer quantidade e tipo de gás com efeito de estufa, CO2-eq indica a quantidade de CO2, que teria o impacto equivalente no aquecimento global. Uma quantidade de GEE pode ser expressa como CO2-eq multiplicando a quantidade de um determinado GEE pelo seu potencial de aquecimento global (PAG). De acordo com o Quinto Relatório de Avaliação de IPCC, o PAG do metano é 28 (ou seja, 1 kg de metano tem um efeito de aquecimento equivalente a 28 kg de CO₂, ao longo de um período de 100 anos) e o PAG do óxido nitroso é 265 (ver o relatório de IPCC, em anexo, página 87, para o PAG destes e de outros gases).

Para medir as emissões de CO2-eq, há três passos que precisa de dar:

1) Quantificar quanto da actividade libertadora de emissões foi reduzida ou evitada: Queimar lenha ou gasolina, aplicar fertilizantes químicos, utilizar electricidade e criar animais são algumas das muitas actividades que libertam GEE. A sua tarefa é quantificar a quantidade destas actividades (por exemplo, toneladas de madeira, kWh de electricidade) que foi reduzida ou evitada como resultado do apoio do seu projecto. Este site fornece algumas orientações básicas para medir a quantidade de recursos poupados. Tenha em mente que a quantidade deve ser para todo o período indicado no seu indicador.

2) Determinar o factor de emissão de GEE para a actividade em causa: factor de emissão de GEE é um coeficiente que permite converter os dados da actividade em emissões de GEE . É a taxa média de emissão de uma dada actividade. Por exemplo, um factor de emissão para a electricidade pode ser expresso como X kg de CO2-eq por kWh. O factor de emissão para betão pode ser expresso como X kg de CO2-eq por tonelada.

Infelizmente, não existe uma visão abrangente dos factores de emissão que poderiam ser facilmente utilizados no contexto de projectos de desenvolvimento internacional. Entre as fontes mais recomendadas encontram-se:

   - Protocolo de Factores de Emissão de GEE a partir de Ferramentas Transversais (descarregar ficha de trabalho)

   - Base de dados de Factores de Emissões do IPCC

   - Estudos de alta qualidade que mediram as emissões de GEE da actividade em que está interessado/a, idealmente no mesmo país ou pelo menos na mesma região (verificar sempre através de uma pesquisa online se o factor de emissão utilizado no estudo é fiável)

Ter em conta que os factores de emissão para a mesma actividade (por exemplo, electricidade) podem diferir dependendo da natureza da actividade (por exemplo, como a electricidade é produzida num determinado país). Na medida do possível, utilizar factores de emissão específicos de cada país ou região. 

A determinação do factor de emissão por si só é desencorajada, uma vez que requer um nível mais elevado de perícia e equipamento.

3) Para calcular as emissões de CO2-eq reduzidas / evitadas, multiplicar a quantidade total da actividade reduzida / evitada de libertação de emissões pelo factor de emissão relevante. Se a sua intervenção substituiu uma actividade por outra que liberta menos emissões (por exemplo, substituir a cozedura em carvão vegetal por cozedura em biogás), deve deduzir desta quantidade a CO2-eq que é (dentro do mesmo período medido) emitida pela nova actividade.

1) Se promover uma tecnologia em que é provável que seja mais exigente (mas ainda assim viável) determinar o montante líquido de CO2-eq reduzido / evitado, considere a orçamentação para apoio de um perito em medições de GEE . Isto facilitará o seu trabalho, ajudá-lo-á a obter dados mais fiáveis e permitir-lhe-á aprender novos conhecimentos. 

2) Outra possibilidade de reduzir a quantidade de GEE na atmosfera é a utilização de medidas de sequestro de carbono - processos pelos quais o carbono é removido da atmosfera e armazenado nos sumidouros como oceanos, florestas, culturas e solos. No sector agrícola, as práticas que ajudam a sequestrar o carbono no solo incluem, por exemplo, zero / reduzida mobilização do solo, reabilitação do solo, revegetação, adubação verde e rotações de culturas. Uma maior utilização dessas práticas aumenta a quantidade de carbono sequestrado nos solos e plantas. No entanto, o cálculo da quantidade de carbono sequestrado graças à utilização de tais práticas enfrenta uma série de desafios metodológicos e por isso não está incluído na orientação acima. Se a sua organização (ou os seus prestadores de serviços) tiver os conhecimentos necessários para medir a quantidade de carbono sequestrado, este indicador pode ser utilizado também para projectos de sequestro de carbono. Se lhe faltar a capacidade necessária para medições precisas, considere a utilização de um indicador mais fácil Área com Potencial Melhorado de Sequestro de Carbono . 

3) Esteja ciente de que a introdução de certas tecnologias pode paradoxalmente resultar em maiores emissões de GEE . Por exemplo, a introdução de fogões a carvão eficientes pode torná-los acessíveis às pessoas que costumavam utilizar a madeira para cozinhar. O carvão vegetal é um combustível secundário e a conversão da madeira em carvão vegetal resulta em perdas significativas. Assim, a utilização directa de lenha num fogão básico é provavelmente menos intensiva em termos de GEE em comparação com um fogão a carvão eficiente.