Cobertura de Suplementos de Ferro Materno/ Ácido Fólico

O indicador avalia a proporção de mães que durante a sua última gravidez consumiram o número de suplementos de ferro/ácido fólico recomendado pelo Ministério da Saúde local e pelas suas unidades de saúde locais. O seu consumo é essencial para prevenir os riscos associados à anemia, tais como parto prematuro, baixo peso à nascença e mortalidade materna.

Determine o valor do indicador utilizando a seguinte metodologia:

1) Rever a política nacional e as práticas das unidades de saúde locais para identificar o número de suplementos de ferro/ácido fólico que recomendam às mulheres que tomem durante a gravidez. Na maioria dos países, é dado um suplemento combinado de ferro/ácido fólico às mulheres grávidas, pelo que não tem de perguntar separadamente sobre ferro e ácido fólico.  

2) Realizar entrevistas individuais com uma amostra representativa de mães de crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 11 meses, perguntando-lhes:

Q1: Durante a última gravidez, foi-lhe dado ou comprou algum comprimido ou xarope de ferro?

R1: sim / não / não sabe

(coloque a seguinte questão apenas se a resposta anterior for SIM)

Q2: Durante toda a gravidez, durante quantos dias tomou os comprimidos ou o xarope?

A2:

1) ............ (introduzir o número de dias)

2) não sabe

Uma vez que algumas mulheres podem não saber que lhes foram dados comprimidos de ferro, instrua os entrevistadores/as a mostrarem à mulher os comprimidos de amostra enquanto colocam esta questão. É bom fazer a verificação através de tabletes de comprimidos (embalagens blister) e saber o número padrão de comprimidos por tablete, para que se possa pedir o número de tabletes de comprimidos terminados.

3) Para calcular o valor do indicador, dividir o número de inquiridas que consumiram o número recomendado de suplementos de ferro/ácido fólico pelo número total de inquiridas (excluir aquelas com "não sabe" como resposta). Multiplicar o resultado por 100 para o converter numa percentagem.

Desagregar os dados por localização (perto/ longe do sítio mais próximo unidade de saúde; zonas rurais/ zonas urbanas), fonte do suplemento (comprado numa loja/ recebido num sítio unidade de saúde), idade da mãe, número de filhos e estatuto socioeconómico( quintil deriqueza, nível de educação).

1) Uma cobertura de menos de 80% indica geralmente que a suplementação requer um pouco mais de prioridade. Ao mesmo tempo, por muito altas, médias e baixas que sejam, as designações devem ser discutidas no contexto.

2) A recomendação mais comum é entrevistar as mães de crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 23 meses. No entanto, isto pressupõe que as mães se lembrarão das informações solicitadas no inquérito até dois anos e meio. Uma vez que isto é não muito provável, IndiKit recomenda a utilização de um período de recordação mais curto para este indicador, entrevistando mães de crianças com idades entre os 0 e os 11 meses. Utilize-o apenas se os dados se destinarem exclusivamente ao objetivo da sua intervenção (ou seja, tomar decisões de programação, medir os seus resultados, etc.) e não não necessitarem de ser comparáveis com as estatísticas de outros intervenientes que utilizam um período de recordação mais longo.

3) Este indicador depende de uma avaliação precisa da idade. Uma vez que as pessoas frequentemente não se lembram das datas exactas do nascimento dos seus filhos, os colectores/as de dados devem sempre verificar a idade da criança. Isto pode ser feito através da revisão da certidão de nascimento da criança, cartão de vacinação ou outro documento; contudo, uma vez que muitos prestadores de cuidados não têm tais documentos (e uma vez que podem incluir erros), é essencial que os seus colectores/as de dados sejam capazes de verificar a idade da criança utilizando calendários de eventos locais. Leia as Orientações da FAO (ver abaixo) para saber como preparar calendários de eventos locais e como formar os colectores/as de dados na sua correcta utilização.